sexta-feira, 20 de abril de 2012

Olhos conhecidos que eu tento recordar mas que, por estar a vê-los, esqueço-os, como eles me esquecem ao me olhar.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O silêncio das milhas que nos separam é devorador e devora tranquilo. Olhos estranhos fixados nos meus. Eu procuro o dia na noite e a noite no dia. Estes olhos me cegam e me enxergam. Por mim.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Devoro seu livro emprestado à procura do que só se sabe perdido quando encontrado. Em amarelo luminoso aquela palavra destacada e gritante obscurece e desafia a lógica: "aquiesci". No que terá pensado, me pergunto e te descubro um grande mistério sobre o qual eu nada sei e sobre o qual eu jamais saberei dizer qualquer coisa de concreto, claramente.

Este seu grifo revela, esconde e guarda confidente (tão bem!) cada um dos pensamentos seus.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Outono. Ou como se cada coisa voltasse ao seu lugar: a cor do que reflete cor, a sombra do que se aninha tranquilo agora sob o sol.

Como se Deus suspirasse.